blog d'apontamentos

14.10.05

pensamentos mais-que-imperfeitos (23)

É mesmo assim!
(Ao João Pedro George)

Tenho deslizes ortográficos e cometo erros gramaticais.
Repito-me muito. Uso e abuso dos trocadilhos.
Escrevo de forma simples, demasiado simples.
O meu humor é vulgar, às vezes até boçal.
O estilo, o estilo então é melhor nem falar.
No entanto, é assim que eu escrevo
É assim a minha escrita.
É assim que eu sou.
É assim que eu me escrevo.
8:03 da manhã

4 Comentários:

Mas há alguém que se repita mais do que o George? As críticas dele são sempre a mesma merda. Aliás, aquilo nem são críticas dele. São decalques pobres do mestre Pacheco. O George é demasiado escolar e demasiado académico. Os livros não são meros retalhos da técnica literária. Por isso é que, muito provavelmente, o George nunca há-de escrever nada que se aproveite.
Estava a ser sarcástico. :)
Eu não. O george é aquilo a que a Tsvietaieva chamava de crítico-prontuário: analisa a obra do ponto de vista da forma, omite o quê e olha apenas o como, resolve tudo com a palavra técnica, é um fenómeno inútil. Ainda com a poeta russa, eu diria que: «Também não confio nauqeles críticos que não são de todo críticos nem de todo poetas. Alguma coisa não funcionou, algo fracassou e não querem deixar o mundo da literatura, aí permanecendo ofendidos e incomodados, mas enganados pela própria experiência falhada. Como eu não fui capaz - ninguém é capaz; como para mim não existe a inspiração - não existe inspiração em absoluto (se existisse, eu teria sido o primeiro a possuí-la). "Eu sei como se faz isto..." Tu sabes como se faz, mas não sabes como se consegue, e portanto, também ignoras como se faz. A poesia é ofício, o segredo está na técnica, o êxito depende do maior ou menor grau de habilidade manual. Daí a conclusão: o talento não existe (se existisse, eu teria sido o primeiro a possuí-lo). Destes fracassados geralmente saem os críticos - os teóricos da técnica poética, os críticos-técnicos, escrupulosos no melhor dos casos. No entanto, a técnica como finalidade é o pior dos casos.»
Henrique, acho que disse o mesmo por outras palavras. Onde é que assino?

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