blog d'apontamentos

17.2.06

Último post (a sério!)

Este homem não pára quieto, disse o Henrique nos comentários, e é quase verdade, pois se às vezes estou quieto, a minha cabeça, essa, raramente pára.

E dito isto, resta comunicar que encontrei, subitamente, um modelo de blog que parece responder a algumas das minhas necessidades: um blog que desafia o tempo, a mim mesmo e aos leitores.

Vão aqui.

:)
7:58 da tarde | 3 comentários |

15.2.06

Actualização

Afinal resolvi actualizar este blog em Fevereiro: só para dizer que não vou voltar a actualizá-lo.

[Da meia dúzia de blogs que criei e mantive, aquele que fez sempre mais sentido para mim foi sem dúvida o Mil e Uma Pequenas Histórias: escrever uma pequena história todos os dias até que fossem mil e uma e partilhar esse caminho com quem ali chegasse. Não quero com isto dizer que os outros blogs não tenham feito sentido para mim. Cada um, à sua maneira, fez todo o sentido, até chegar a esta solução de um duplo blog, perfeita na sua simplicidade, permitindo-me desdobrar-me a mim e à minha escrita. Mas o sentido deste blog perdeu-se para mim, esgotou-se, e com ele talvez o sentido da minha presença nos blogs . Só por isso decidi (sentia que devia) deixar de actualizá-lo.]

Vemo-nos por aí!
2:42 da tarde | 7 comentários |

31.1.06

[este blog não será actualizado em Fevereiro]


Desabafo


É curioso o tempo que muitas pessoas gastam à procura de incorreções e defeitos.

É uma forma tão estúpida como qualquer outra de confundir a parte com o todo.

É uma forma como qualquer outra de fechar os olhos ao que é importante.
3:19 da tarde | 3 comentários |

30.1.06

Linhas que se encontram e separam



mas continuam sempre unidas,



umas e outras entre céu e terra.


[Assim somos, tu e eu, tal e qual.]
7:48 da manhã | 2 comentários |

29.1.06

[...]

Ela fazia-lhe sempre perguntas sem resposta, como…

Um todo tem quantas partes?



E ele respondia-lhe sempre sem responder, como…

Cada parte é um todo.



Um e outro sabiam que não existem perguntas e respostas,

apenas o acto de perguntar e de responder.

1:21 da tarde | 0 comentários |

28.1.06

Amor é

Amor é uma freguesia portuguesa do concelho de Leiria, com 18,13 km² de área e 4 738 habitantes (2001). Densidade: 261,3 hab/km².

[É ou não a mais concreta definição de amor que imaginar se pode? Mas há outras...]

Amor é uma palavra de quatro letras, duas vogais, duas consoantes e dois (ou mais) idiotas.

7:41 da manhã | 5 comentários |

27.1.06

Post dedicado a um fi d'Olhão


Ao amigo asulado

"Um Olhanense passava
Muito bem para onde fosse
Com um prato de xarém
E uma batatinha doce"
Ditado Popular



---> --->
11:10 da manhã | 2 comentários |

25.1.06

Jeito de escrever

Não sei que diga.
E a quem o dizer?
Não sei que pense.
Nada jamais soube.

Nem de mim, nem dos outros.
Nem do tempo, do céu e da terra, das coisas...
Seja do que for ou do que fosse.
Não sei que diga, não sei que pense.

Oiço os ralos queixosos, arrastados.
Ralos serão?
Horas da noite.
Noite começada ou adiantada, noite.
Como é bonito escrever!

Com este longo aparo, bonitas as letras e o gesto - o jeito.
Ao acaso, sem âncora, vago no tempo.
No tempo vago...
Ele vago e eu sem amparo.
Piam pássaros, trespassam o luto do espaço, este sereno luto das
horas. Mortas!

E por mais não ter que relatar me cerro.
Expressão antiga, epistolar: me cerro.
Tão grato é o velho, inopinado e novo.
Me cerro!

Assim: uma das mãos no papel, dedos fincados,
solta a outra, de pena expectante.
Uma que agarra, a outra que espera...
Ó ilusão!
E tudo acabou, acaba.
Para quê a busca das coisas novas, à toa e à roda?

Silêncio.
Nem pássaros já, noite morta.
Me cerro.
Ó minha derradeira composição! Do não, do nem, do nada, da ausência e
solidão.

Da indiferença.
Quero eu que o seja! da indiferença ilimitada.
Noite vasta e contínua, caminha, caminha.
Alonga-te.
A ribeira acordou.


Irene Lisboa
8:17 da tarde | 1 comentários |

A arte da combinação

Comecei por lançar o desafio de dizer a felicidade numa só palavra, respondendo-lhe eu mesmo em termos gastronómicos com a palavra pamonha. Depois fui mais longe, lembrei-me do suco de abacaxi com hortelã, e perdi-me, a acreditar nos comentários. Na verdade, combinar duas ou mais coisas é sempre uma arte difícil e está no próprio centro da arte gastronómica. Como por exemplo combinar o que se come com o que se bebe. O mais comum é dizer de certos vinhos que combinam com determinados queijos. Ou o vinho branco com o peixe e o vinho tinto com a carne. Difícil, muito difícil, como se viu, é a arte da combinação. Queria dar um exemplo pessoal, mas o único que me ocorre é que, para mim, o gin tónico combina com o entardecer.

11:45 da manhã | 0 comentários |

24.1.06

suco de abacaxi com hortelã



A minha experiência de edição em blog (desde 2002) diz-me que se falar em comer ou beber terei sempre bastantes comentários. Acho que as pessoas gostam de comer e de beber. Eu gosto. E a recordação desses momentos trazem-me sempre outras recordações. Por isso escolhi na entrada anterior a palavra pamonha como indicadora de felicidade. Fossem mais palavras e talvez dissesse suco de abacaxi com hortelã. E agora que penso nisso, talvez pamonha com suco de abacaxi e hortelã seja um símbolo possível da suprema felicidade.
12:18 da tarde | 6 comentários |

Pamonha

E se lhes pedissem que numa só palavra dissessem o que é para vocês a felicidade? Eu diria pamonha. Sim, pamonha!




Talvez pudesse dizer xerém. Mas não diria tanto.

E mais não digo, que já disse bastante.

Pensem lá nisso e digam alguma coisa.
8:25 da manhã | 15 comentários |

22.1.06

Poemas e Poetas

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.

Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mário Quintana

--->

“...ser poeta não é uma maneira de escrever, é uma maneira de ser.”

“...a poesia não é mais que a procura da poesia, como (...) também Deus se resume na procura de Deus.”
9:48 da manhã | 2 comentários |

19.1.06

À grama

[Casamento]

Eles não eram perfeitos, nem nunca o seriam, estavam certos disso, mas tinham a esperança que chegariam um dia a ser perfeitos um para o outro.

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[Sequência]

Estava mal e sentia-se mal. Depois sentiu-se melhor. Finalmente morreu.

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[Surdez]

Sabia apenas que o seu pai era um barão. Foi a mãe que lhe disse, antes de morrer, quando ele lhe perguntou mais uma vez quem era o seu pai: “O teu pai era um cabrão”.

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à grama

--->

Enquanto o Blogsome se actualiza...
8:08 da manhã | 5 comentários |

18.1.06

O texto, o autor e o leitor

A escrita é sem dúvida um dos temas sobre os quais escrevo. A reflexão sobre o que é escrever, porque se escreve e para quem se escreve surge com frequência no que escrevo. E o relacionamento, por assim dizer, entre mim e o que escrevo é também algo que sempre me intriga.

Há não muito tempo, li num blog uma citação de A Justa Medida mas só quando vi a origem do texto o aceitei como meu. Mas ainda que o tenha escrito ele não deixa de aparecer apenas com um texto, em que me reconheço, é verdade, mas também é verdade que me reconheço em muitos textos que não escrevi. Fica sempre neste confronto uma vaga sensação de estranheza.

De um romance não publicado que dou a ler a uma amiga, regressa uma frase, quanto a ela uma frase que resume o romance, e com a qual me acontece o mesmo que com a citação que acima referi. Escrevi essa frase?, pensei, e não o fui confirmar, mas aceitei-a como minha. Para mim, como leitor, que diferença faz ter sido ou não escrita por mim? Se apenas dissesse no que escrevo aquilo que quero dizer, melhor seria deixar de o fazer. Não escrevo tanto para me revelar como para me descobrir.

"Perde-se muito tempo a pensar quem somos quando o que somos se limita a acontecer."

Ainda me leio nesta frase, mas podia até acontecer que não, e não deixaria de ter sido eu que a escrevi. Como esta que se segue, escrita por uma personagem de A Justa Medida e que o narrador dá conta num romance que eu mesmo escrevi.

"É difícil iniciar, assim como é difícil continuar. No entanto, a primeira acção, onde tudo começa, parece desencadear as seguintes, como se tudo estivesse já determinado a acontecer, ou tivesse já ocorrido, como quando se lê um romance. Mas onde tudo começa e acaba, é bem mais difícil de determinar na vida do que nas páginas de um livro; este separa-se do autor, que a ele não regressa, e não se deixa possuir pelo leitor, que apenas o atravessa: é uma ponte que não une duas pessoas mas apenas marca o antes e o depois, da escrita e da leitura. Os factos e acontecimentos assinalam sempre um antes e um depois. Atravessamos a vida à medida que dela nos separamos."
8:04 da manhã | 2 comentários |

17.1.06

Eles estão aí





Leiam aqui.
2:34 da tarde | 2 comentários |

16.1.06

CHOVE!


Chove...

Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove...

Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.

José Gomes Ferreira

--->

Um poema que teria feito muito mais sentido publicar ontem, e não apenas porque choveu.
11:10 da manhã | 4 comentários |

14.1.06

Um exemplo acabado do discurso mais do que vazio – porque parecendo que diz não diz nada de nada – do candidato à Presidência da República que dá pelo nome de Cavaco Silva



“Eu não sou especialista de vinhos e estar a escolher um poderia ser injusto em relação aos outros. Não costumo beber vinhos. Para mim, os vinhos bons são os vinhos portugueses.”

Resposta dada ao Público, segundo Nuno Lourenço, quando perguntado qual o vinho da sua vida e os momentos que lhe estariam associados.
12:37 da tarde | 5 comentários |

12.1.06

Lá vai boca!

Existem duas categorias de blogs: os que desconheço e os que conheço.

E dentro da segunda, três subcategorias: os que gosto, os que não gosto, e os que não percebo por que gostam tanto deles.

[oportunamente incluirei as devidas hiperligações]

3:03 da tarde | 4 comentários |

Escreve-se à volta de

Por estes dias tenha andado - e aqui andar é escrever - mais pelo outro blog de apontamentos.

Em ensaios, sempre em ensaios, que escrever é sempre tentativa, mas agora mais em ensaios do que outras vezes.

Convido-vos a ler um segundo ensaio. Escreve-se à volta de. À volta de um poema, por exemplo.


Quando escrevo

para escrever é conveniente ler muito,
saber o que é importante saber sobre literatura
e depois
esquecer tudo,
e escrever apenas o que se é,
nada mais,
como se nunca se tivesse lido ou escrito
coisa alguma.
só assim conseguiremos
escrever-nos.
pelo menos é isto que tento fazer:
faço como se nada soubesse,
a não ser, talvez,
que existo.
10:45 da manhã | 1 comentários |

9.1.06

Pancadas

Leio hoje uma entrevista de Paul Auster ao Notícias Magazine em que fala da escrita como compulsão.

Ontem, numa conversa televisiva, Rui Zink falava em pancada. E acrescentava que se assim não é não vale a pena escrever, pelo menos literatura.

Concordo com os dois para explicar por que se escreve e também sobre o que se escreve e como.

A verdade da arte está na pancada do seu criador.
11:44 da manhã | 0 comentários |

8.1.06

Ler e Escrever


Leitura - (1872) Monet


Ler. Escrever. Ler e escrever. Escrever e ler. Seja como for, estas duas realidades influenciam-se mutuamente. De diversas formas.

Escrevemos muitas vezes o que lemos – a isso é costume chamar influências literárias – ou aquilo que gostaríamos de ler – e a isso não sei o que chamar. Ou como diz José Luís Borges, escrevemos o que podemos e lemos o que queremos.

Seja como for, escrevemos para ser lidos, escrevemos para a possibilidade de sermos lidos, escrevemos na certeza de um leitor. O que nunca for lido é como se nunca fosse escrito. Em todo o caso, se está escrito pode ser lido; por isso o melhor é pensar que vai ser lido. Escreve-se para ser lido, de outra forma não faria sentido escrever. Seria como escrever na água.

Mas estou afastar-me do que queria escrever, o que não constitui um problema, mas talvez seja o momento de decidir por onde a escrita irá. E não indo por onde começava a ir, diz-me a experiência que nestes casos é melhor voltar ao princípio.

Ler. Escrever. Ler e escrever. Escrever e ler. Ou talvez seja melhor dizer ouvir. Falar. Ouvir e falar. Falar e ouvir. Isto porque, ainda que não o tenha já explicitado, esse era o ponto de partida.

Já há alguns meses que participo num evento intitulado Ler Alto, onde cada um pode ler em voz alta os seus próprios textos. Todas as primeiras sextas-feiras do mês tenho assim, nos últimos meses, lido alto alguns dos meus textos. E tenho pensado sobre isso e tenho, julgo eu, aprendido alguma coisa.

Nem sempre foi assim, mas hoje lê-se sobretudo em silêncio. Com excepção da poesia, que ainda hoje se lê com frequência alto, lê-se sobretudo em silêncio. Mas ainda não é habitual ouvir-se um romance, um conto ou até uma qualquer matéria de estudo. Excepto os cegos, sem dúvida, mas julgo que esse material, mesmo a eles destinado, ainda é raro, pelo menos em português.

Lê-se assim em silêncio – pelo menos eu leio – e essa foi uma das coisas que percebi. Escrevo para ser lido em silêncio, na folha de papel ou no ecrã, e isso determina em grande medida a forma do que escrevo.

Um exemplo fácil é a escrita para ser lida no ecrã de um computador. Preocupa-me sempre o espaçamento entre as linhas, preocupa-me sempre o espaçamento entre parágrafos. Preocupa-me a legibilidade do que é mostrado no ecrã. A forma como apresento um texto no ecrã é diferente daquela que o mesmo teria numa folha de um livro. Isto sem contar com o hiper-texto.

Outro exemplo poderei ir buscá-lo às pequenas histórias que escrevo e que se dispõem em regra num único parágrafo. Não é por acaso. Gosto de apresentá-las assim porque assim acentuo a sua brevidade, fechando-as sobre si mesmas como buracos negros plenos de energia.

Claro que a forma como apresento, por assim dizer, na folha, ou no ecrã, aquilo que escrevo, não é indiferente à forma como poderia ser lido em voz alta, pois contém indicações de leitura, mas é diferente. E aqui lembro-me da chamada poesia visual.

Poder-se-ia ler em voz alta um poema visual, não tenho dúvidas que sim, mas ele foi escrito para ser visto, para ser olhado. E aquilo que escrevo também, ainda que não exclusivamente.

Escrevo, ou tento escrever, com a maior simplicidade, muito perto da oralidade mas, no entanto, acho que escrevo sobretudo para ser lido em silêncio; ainda que possa ser lido alto; ainda que me possa ler alto. E esta foi uma das coisas que descobri sobre mim e a minha escrita. Foi uma das coisas que descobri com o Ler Alto.
8:15 da tarde | 7 comentários |

7.1.06

Um livro de contos

Só hoje li o post do Insónia de 30/12/2005, subscrito pelo Henrique Fialho, com o título Dois Livros de Contos.

E da minha parte, vindo de quem vem, muito me alegrou o que o Henrique escreveu sobre o I Volume das Mil e uma pequenas histórias. Foi uma das primeiras coisas boas – ando com sorte – que me aconteceram este ano.

Já quanto a ser uma das vozes mais valiosas no universo blogger português, até posso aceitar (risos), mas terei que partilhar desde logo o lugar com o Henrique, o que corresponde ao que já disse antes e por mais de uma vez.

Assim, se parece que estou a pagar favores, desengane-se quem assim pensa, pois está muito longe disso. É simples e sentida admiração.

PS. Ó Henrique, só não tinha lido ainda porque os posts aí são tantos que lhes perco a leitura. Foi preciso chamaram-me hoje a atenção.
1:52 da manhã | 2 comentários |

6.1.06

Poemas e poetas (25)

XIII

A Tzu-Chi: entre as «flores»

A luz no lago, de súbito, esconde-se atrás do muro, Invadem o quarto os cheiros misturados de flores.

Na borda do biombo, o pó que a borboleta espalhou, Na janela lacada, a mancha amarela da abelha.

Deixa esses papéis oficiais para os escriturários, Há um criado para cada funcionário público honesto.

Vamos de cavalgada ouvir os poemas um do outro.

Que há de tão urgente nesses assuntos em que perdes o coração?


Li Shang-yin (tradução de José Alberto Oliveira)
5:18 da tarde | 0 comentários |

Da escrita

Leio no jornal de notícias o primeiro parágrafo de uma notícia assinada por Carlos Varela, com o título “Dono de café atingido com dois tiros na cabeça”, e acho-o tão semelhante às pequenas histórias que tenho por hábito escrever, que não resisto, e escrevo-o de novo. E depois fico a pensar em como na escrita o conteúdo e a forma são indissociáveis.

Entrou no café, como um qualquer cliente. Sentou-se, consumiu e esperou cerca de uma hora. Depois levantou-se, sacou de uma pistola e disparou dois tiros contra o alvo, pondo-se de seguida em fuga. No chão, ferido, ficou o proprietário do estabelecimento.


--->

Entrou e sentou-se. Pediu uma bica e ficou por ali cerca de uma hora. Depois levantou-se, sacou de uma pistola, disparou dois tiros que atingiram o dono do café na cabeça, e saiu sem olhar para trás.

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Querem experimentar e contar a vossa história? Estejam à vontade.

É verdade, isto aconteceu no Café Aranha.
10:08 da manhã | 0 comentários |

5.1.06

INSTANTÂNEO

[atenção, esta entrada - ou post - está em processo de crescimento, podem contribuir!]



Vou escrever de instantâneo, como dizem que se escreve nos blogs, e dizer duas ou três coisas sobre a leitura (rápida) que fiz ainda há pouco de uma reportagem no Le Monde.

Ao escrever assim, de instantâneo, não poderei recorrer a tudo o que já pensei e escrevi sobre o assunto. E ao publicar de imediato, não terei, como seria desejável, quem me verifique, corrija ou altere o que escrevo. E depois, ainda por cima, estou a mostrar-me, a exibir-me.

Pois é, o blog é mesmo um instrumento de comunicação. Um facilitador da comunicação. Ao alcance de muitos. E é o que cada um quiser fazer dele. E acho que é isso que assusta alguns. Até porque o que é novo sempre assusta.

Talvez não existam defeitos ou virtudes nas coisas, mas apenas pontos de vista.

FORME D'EXHIBITIONNISME

Sim, parece-me bem, o blog é em regra uma saudável forma de exibicionismo!

CONSOMMATEUR-PRODUCTEUR

Sim, parece-me bem: a leitura, a escrita e a edição confundem-se!

E depois, sim, e depois…
Não batam mais no ceguinho… sempre a querer comparar os blogs com a imprensa tradicional… e colocando aqueles sempre em desvantagem…

E se passei completamente ao lado, pois bem…

“les blogs reposent sur du contenu instantané, que d'autres peuvent commenter ou enrichir"

:)

--->
[da caixa de comentários]

mais, mon ami... vous n´avez rien compris: il faut dire "bloc-notes"! Ça suffit des anglicismes, quand-même!
--->
Resposta:
Gi, m'amie, merci por enrichir mon contenu instantané en commentent. Au revoir darling! :)

Com os hábitos de leitura rápida, pode usar-se a escrita instantânea, porque é possível voltar atrás e emendar sem que ninguém dê por tal.
Este meu comentário foi ou não instantâneo?
Leste rápido?
--->
Resposta:
Caro amigo António, se calhar pensaste que escapavas? (risos) Esta entrada (ou post) mais parece uma espécie de sopa instantânea a que se junta algo mais, para enriquecer. Li rápido, sim, e rápido o coloquei aqui! :)
11:00 da manhã | 3 comentários |