blog d'apontamentos

4.11.05

Poemas e poetas (17)

Sem outro intuito

Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.

Luís Miguel Nava
Vulcão I
Poesia Completa
1979-1994
Publicações D. Quixote
2002

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9:40 da manhã

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